sábado, 20 de novembro de 2010

História de uma Rosa

Rosa… tenho pena de ti.
Nem o teu destino trazes nas mãos,
Estás perdida e cansada,
tuas pétalas vermelhas foram no vento.
Não conheces casa nem cama,
procuras, incessante, alguém que te ama,
mas murchas na impaciência de quem não sabe esperar.
E cresces assim na rua,
na berma da estrada empoeirada,
num jardim,
ou onde um dia alguém te quis semear.
Feres as mãos de quem te colhe.
(será inveja de não poder amar?)
Apaixona-me a tua inocência…
Rebentas no sonho de um Mundo melhor,
na esperança,
na vida.
Mas esse destino tão fatal de nascer da Terra,
como dos rios morrerem nos mares,
torna-te demasiado pura para os demais.
E por isso desinteressante. Inútil.
Nasces.
Cresces.
Vives da paixão.
Porém, o único amor que conheces,
é as mãos daqueles que julgam saber amar.
Oh Rosa, como vives enganada…
Estás murcha.
Trazes as folhas podres,
fedem a hipocrisia,
despem-te da pureza do colo materno que outrora foi teu. Tiraram-to!
Destroem-te a razão de crescer.
Deixam-te nua…
Morres por fim…

Rita Oliveira
30/10/2010